sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

A LINDA CAMPOS DO JORDÃO




Saímos de Angra dos Reis no dia 13/01/20, numa segunda-feira, às 8h, no ônibus da Reunidas, para São José dos Campos. A previsão de chegada era para as 14h30m, tanto que já tinha comprado as passagens de São José para Campos do Jordão para as 16h40m. Pura ingenuidade; em Ubatuba, simplesmente o trânsito empacou. Os veículos se movimentavam como tartarugas e a viagem que deveria durar 6 horas, durou 9. Chegamos às 17h na rodoviária de São José dos Campos e corri para recomprar as passagens para as 18h20m. As 20h, chegamos à rodoviária de Campos do Jordão e pegamos táxi para o Chateau Flats Campos do Jordão, em Capivari, a 10 minutinhos a pé do centro turístico. O apartamento satisfez plenamente a expectativa. Amplo, confortável, bem estruturado. De cortesia, havia uma travessa de frutas e 2 garrafas de água. A cozinha é composta de geladeira, fogão, micro-ondas, pratos, talheres e panelas. Gostei muito, inclusive do atendimento, que é bem despojado. Após nos organizarmos e fazermos compras em um supermercado não muito próximo (cerca de 20 minutos a pé), fomos jantar no centro de Capivari, no restaurante Safari, ao lado do Baden Baden. A temperatura estava, surpreendentemente, em 13 graus, em pleno verão no Brasil. Que delícia!

No dia seguinte, após passearmos pelo comércio de Abernéssia e almoçarmos em um self-service, chamamos um uber para nos levar aos Jardins Amantikir, onde nos deliciamos com 28 tipos de jardins, com flora de diversos países. Diversão certa é entrar no labirinto e na casa da árvore e desfrutar das belas paisagens bucólicas e pitorescas, em meio ao colorido de flores magníficas. Lugar imperdível, onde nossa alma flutua e o corpo se regozija. Vá de tênis para percorrer as diversas trilhas, confortavelmente. O preço da entrada é salgado, mas vale a pena: 40 reais. À noite, comemos o pastel no famoso Pastelão do Maluf. É um pastel de 32 cm e faz jus à fama, é realmente delicioso, com preço justo e ainda dá para 2 comerem, se não estiver faminto, claro.








A ideia era fazer uma trilha, no dia 15/01. Mas acordamos tarde e não podia ser nada muito longo, então resolvemos visitar a Pedra do Bauzinho, a 1760 metros de altitude. Após 3 ubers desistirem, finalmente rumamos no carro da Janaina, uma simpática motorista, que ao longo de 1 hora, nos fez sentir em casa e seguras. A Pedra do Bauzinho e Pedra do Baú ficam na cidade colada a Campos do Jordão, São Bento de Sapucaí e a estrada ainda é de barro e cheia de buracos. A recepção da trilha estava fechada e não pagamos nada para entrar. Subimos uma trilha aberta por cerca de 20 minutos até o estacionamento. Dali, seguimos por uma trilha mais fechada e íngreme, de 250 metros. Havia mais 2 trilhas para se aventurar, uma delas, a da Ana Chata. A Pedra do Bauzinho é um mirante para a Pedra maior, a do Baú e a vista é sensacional, inclusive de todo o vale, da cidade e montanhas. O vento estava forte e o sol ameno, aproximadamente 23 graus. Curtimos o esplendor da paisagem por algum tempo, lanchamos e relaxamos no topo da pedra. É preciso tomar cuidado ao se movimentar pela pedra, que é estreita e com bastante reentrâncias. Para voltarmos, chamamos uber. Almoçamos novamente em Abernéssia e depois batemos perna no comércio de Capivari, onde vale muito a pena comprar casacos de inverno, por preço acessível e de boa qualidade. A janta foi rodízio de fondue no restaurante Lyon, dentro do Shopping Patio Paris. A temperatura da noite estava 14 graus.






No dia 16, estávamos animadas para o último dia de passeio. Temperatura: 29 graus, fazendo jus ao verão. Pegamos ônibus, cujo ponto é em frente ao Flat Chateau e fomos para o Horto Florestal, também chamado de Parque Estadual Campos do Jordão. A viagem durou cerca de 30 minutos em uma estradinha bem asfaltada e muito bonita. Não pagamos entrada. Mas pagamos 50 reais para fazer arvorismo, com direito a uma tirolesa no final. O Horto Florestal tem uma grande área em meio à floresta, é um parque em meio à natureza, onde podemos desfrutar o dia com a família e se divertir com as diversas atividades de lazer oferecidas: arvorismo, tirolesa, aluguel de bicicleta, trilhas de fácil acesso e bem demarcadas, rios e cachoeiras. Lá tem 2 restaurantes: o Dona Chica, mais gourmet, caro e badalado e o Prato da Floresta, com comida mais caseira. Foi lá que almoçamos muito bem por um preço justo e nos fartamos com boa comida de roça. Após o almoço, retornamos para Capivari e chamamos uber para ir ao Pico do Itapeva. Pagamos 10 reais para entrar e pedimos que o motorista nos esperasse, pois fomos avisadas que seria difícil conseguir uber para retornar. O Pico do Itapeva fica em Pindamonhangaba, com acesso pela Vila Inglesa, acima de Capivari. Tem 2030 metros de altitude. O atrativo é o mirante que dá vista para mais de 20 cidades do Vale do Paraíba. Além do mirante, há um lavandário e uma lanchonete. Não nos tomou muito tempo, logo descemos e paramos na Ducha de Prata, cerca de 1,5 km do centro de Capivari. Dispensamos o uber para depois terminar o trajeto a pé. A Ducha de Prata é um complexo de quedas d’água, cuja apreciação se dá por decks. Ao redor, diversas lojinhas de artesanato, roupas e chocolate e algumas trilhas seguindo pelo leito do rio. Quem quiser e tiver coragem pode se banhar, mas não vimos nenhum corajoso. Não fizemos nem trilha e nem nos banhamos, apenas seguimos adiante em direção a Capivari na bela estrada da Vila Inglesa, com construções de arquitetura riquíssima, literalmente. Despretensiosamente e para nossa surpresa, chegamos ao Bosque do Silêncio. Uma grande área similar ao Horto, com várias atividades de lazer e trilhas fáceis e curtas para todos que gostam de desfrutar a natureza, floresta, flores e o silêncio que falta na cidade.







Para fechar a viagem, resolvemos comer uma pizza em um restaurante dentro do Shopping Patio Paris, de arquitetura neoclássica. Temperatura: 17 agradáveis graus. Não lembro o nome do restaurante, mas é bem na entrada, do lado direito. A pizza estava péssima e o garçom não estava em condições de trabalho. Uma lástima. No outro dia, acordamos cedo e partimos de regresso a nossa cidade.
Eu voltaria a Campos do Jordão sempre. Ainda quero subir a Pedra do Baú e não deu tempo de conhecer todos os pontos turísticos que a bela, segura e agradável Campos do Jordão oferece.

Viajamos eu, Denise Constantino e Ari Moreira

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

UM DIA EM SÃO JOÃO MARCOS

Há 20 km de Mangaratiba, entrando à esquerda para quem vem de Angra dos Reis e à direita para quem vem do Rio de Janeiro, subindo a Serra do Piloto, que liga Mangaratiba a Rio Claro-RJ, encontram-se as memórias,  encravadas na terra, do que foi a proeminente cidade de São João Marcos. A sinuosa Serra do Piloto, construída por ordem de D. Pedro II para escoar o café da região do Vale do Café para o Porto de Mangaratiba, já é uma beleza digna de se admirar. Já no início da serra, podem-se ver ruínas de construções históricas. Mais acima, chegamos ao Mirante Imperial, onde termos uma belíssima vista panorâmica do litoral, vales e montanhas. Passamos também pela Cachoeira dos Escravos, onde os escravos se refrescavam da labuta, durante a construção da estrada. 
O Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos nos acolhe com um lindo caminho arborizado, em meio à Mata Atlântica, com o chão coberto de folhas trazidas pelo sopro do vento que sussurra docemente entre as árvores, fazendo chover pequenas penugens dos galhos, nos brindando com uma pintura bucólica de contos de fada. Fizemos uma parada para apreciar a Ponte Nova, feita em Cantaria, no estilo romano, por onde corre debaixo um pedaço do Rio do Saco. Particularmente, sinto uma atração muito singular pela história de São João Marcos, tão trágica, triste e romântica. Que foi de um tempo áureo, de riqueza cultural e histórica ao profundo fim. Para conhecer mais sobre São João Marcos, o Centro de Memória e Espaço Obra Escola oferece uma maquete da cidade antes da destruição, cartazes explicativos e ainda exibe um filme de 15 minutos com depoimentos de ex-moradores, declarando a nostalgia e suas lembranças, que comovem e emocionam. É preciso caminhar pelo Parque, buscando as placas indicativas das ruínas, o antes nas placas e o depois, ao vivo e a cores. A área verde é agradável e bela, ótimo para fotos. Podemos nos projetar mentalmente aos tempos em que a cidade estava erguida e possuía grande potencial econômico. Choca saber que tudo aquilo foi sacrificado em prol do progresso de outro município, no caso, Rio de Janeiro, na época, em 1940, capital do Brasil. A paz que reina no Parque, em meio aos pedaços de São João Marcos, deve ser parecido com a que existia entre os moradores ao se encontrarem na Praça da Matriz, para um preguiçoso bate-papo de fim de tarde. 
Por volta das 13h partimos do Parque até o Empório Barreira, descendo a Serra do Piloto em direção à Mangaratiba. Dentro da propriedade do restaurante, pegando uma trilha de 15 minutos descendo e depois mais 15 minutos subindo, encontra-se o Poço Curumin, ótimo para um refresco no calor. Além da comida maravilhosa, com um preço justo, não há como perder o delicioso cafezinho do Empório. Nunca bebi outro igual. 
 Cachoeira dos Escravos


 Igreja da Matriz

 Casa do Capitão-Mor

 pedaços da Igreja da Matriz

 Teatro Municipal Tibiriça


cafezinho do Empório Barreira


Quem nos levou foi Passeios e Aventuras, sob o guiamento de Emanuele Calago.

Por: Denise Constantino em 19/10/19

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

CACHOEIRA DOS MACAQUINHOS NA BOCAINA


A aventura do fim de semana foi com o grupo Passeios e Aventuras. O grupo de 4 pessoas, guiado pela guia credenciada Emanuele Calago, partiu do centro de Angra às 6 horas do dia 24 de agosto, um sábado de tempo nublado, com promessa de sol, para Bananal-SP. Uma hora depois, estávamos tomando o desjejum em Lídice. Chegamos a Bananal às 8h30m, quando iniciamos a subida para a serra da Bocaina. Uma hora depois chegamos à Pousada Brejal e fomos recebidos calorosamente pela Sra Estefânia e seu esposo, Sr. Carlinhos. Acomodamos as mochilas no quarto onde passaríamos a noite, e em seguida saímos para nossa aventura, na caminhonete do Sr. Carlinhos, às 10h10m. O sol prometido apareceu timidamente e logo deu espaço às nuvens e frio. Em determinado ponto, onde a lama tomava conta da estrada, continuamos a pé por cerca de 6 km até a Cachoeira dos Macaquinhos e Poço do Anjinho, maravilhas da natureza, pouco conhecidos por turistas, mata adentro. Desviando das poças d’água e lama, embrenhamos na mata, trilhando por 1,5 km, com poucas subidas. Às 12h50m, chegamos à linda Cachoeira dos Macaquinhos. O sol não adentrava a mata e fazia muito frio, o que desencorajou o grupo a banhar-se na água congelante. Mais 50 m acima, chegamos ao Poço do Anjinho, que tem esse nome porque há muitos anos atrás, o corpo de um menino foi encontrado ali. À margem do córrego acima do poço, sentamos para lanchar e descansar. Ouviam-se somente os cantos dos pássaros e o som da cachoeira que despencava mais abaixo. Iniciamos a descida às 14h10m em uma longa caminhada até onde o carro estava estacionado. No meio do caminho, além do frio, enfrentamos a fina chuva, que tornou a sensação térmica ainda mais baixa. Quando já estávamos na parte baixa, após sairmos da mata fechada, antes de uma porteira, havia um boi em nosso caminho. Enorme, chifrudo, que nos encarou, relutante, como a pedir que abríssemos o portão para lhe dar passagem e também com medo de nós, medo esse, recíproco. Posicionamo-nos mais atrás, temerosos, enquanto a guia tentava espantá-lo. Não logrou êxito e ainda por cima, o boi ficou irritado, bufou e mostrou rudeza e hostilidade, o que nos fez afastarmos ainda mais. Emanuele foi com cuidado e devagar rente ao mato e pelo canto, conseguiu abrir o portão. Logo, ele seguiu adiante, com seu corpanzil, a nossa frente. Depois de alguns minutos seguindo atrás do boi, ele entrou numa bifurcação e seguimos mais tranquilos. Depois ficamos sabendo que é o boi mais bravo da redondeza. Esse episódio rendeu boas gargalhadas e piadas até no outro dia.




Chegamos ao carro, encharcados e com muito frio, às 17h5m. Logo escureceu e a chuva fina não deu trégua. Após todos tomarem banho, para abrir o apetite, uma cachacinha de Cambuci e logo após, tivemos um jantar maravilhoso, feito em fogão à lenha e muito farto: arroz, feijão carioca, batatas coradas, salada, truta ou carne assada, farofa e de sobremesa, goiabada caseira com queijo minas. Sem TV e wi fi e com a casa lotada de visitantes, restou nos recolhermos ao quarto compartilhado para uma boa prosa e dormir cedo. Às 20h30m, já estávamos dormindo.





O domingo amanheceu com um chuvisco frio e uma névoa branca cobrindo as montanhas, fazendo lembrar as paisagens europeias. O frio continuava implacável e só o desjejum da Pousada Brejal pôde nos aquecer por um momento: café, leite, pão caseiro fresquinho, manteiga, queijo minas, frutas, pão francês, bolo de banana e de fubá. Tudo muito apetitoso. Íamos ao Poço da Ingrid, mas o local estava muito encharcado e nos acomodamos pela pousada mesmo, apreciando as brumas da paisagem e andando pelas proximidades da pousada até o horário do almoço. Mais uma vez, nos refastelamos com a deliciosa comida que teve o mesmo cardápio da janta. Por volta das 15h, partimos, já sentindo saudade daquele lugar idílico, pitoresco e bucólico, diferente de tudo que vivemos no dia a dia, na selva urbana.





DICA: a Pousada Brejal é simples, sem luxo, mas tudo é muito limpo e bem cuidado. Geralmente, o grupo fica em quarto compartilhado, onde há beliches. Na pousada há luz elétrica e chuveiro quente em banheiro também compartilhado. Só há um banheiro no interior da casa, unissex. Há mais 2 do lado de fora da casa, mais precários. Para os mochileiros, serve como uma casa de passagem, onde junto à hospedagem, tem a janta e o café da manhã, com preços a combinar com o Senhor Carlinhos e Dona Estefânia. Há também opção de almoço ou janta, sem hospedagem, sendo necessário reserva antecipada. O menu é sempre o mesmo e pode-se escolher entre truta e carne assada. Não há sinal de celular e nem wi fi. A televisão da sala não costuma ser ligada.  No mais, é um passeio para apreciar a natureza, explorar a mata e cachoeiras, uma delas, a do Bracuí (mais conhecida), e sentir a grandiosidade e magia da bela Serra da Bocaina.

Por: Denise Constantino da Fonseca

domingo, 26 de maio de 2019

FÉRIAS EM URUBICI


Férias de maio. Depois do Bourbon – Festival de jazz em Paraty, parti para Urubici, dia 15, numa quarta-feira quente, mas com o sol escondido entre as nuvens. O primeiro dia foi dedicado plenamente ao deslocamento. Às 7h, parti de Angra dos Reis para o Rio de Janeiro, uma viagem morrinhenta que durou mais de 3 horas. Fui direto para o aeroporto Santos Dumont, de táxi: 40 reais. Confesso que ainda tenho receio de usar Uber. Às 14h10m, em ponto, o voo da Gol decolou para Florianópolis, com conexão em São Paulo. Às 17h30m, pontualmente, pousamos no Aeroporto Hercílio Luz. Débora, da agência de Turismo Serra Sul, já estava me aguardando. Seu esposo, Zé Marcos, aguardava no carro. Seguimos para mais 3 horas de estrada. Paramos numa lanchonete no meio do caminho para jantarmos, já que corria o risco de chegar em Urubici e não ter onde comer. Chegamos à pousada Flor de Tuna, do simpático casal Cristiane e Maurício, no coração da cidade, por volta das 9h30m. A cidade parecia dormir. O jeito foi fazer o mesmo, após um banho quente e revigorante. A pousada é simples, porém aconchegante. Os apartamentos são amplos com todas as amenidades necessárias, inclusive aquecedor e lençol térmico. O café da manhã é maravilhoso, tudo feito pela Cristiane: bolos, pães, mel, geleias, suco, queijo, frutas. A chave da cozinha fica junto à chave do quarto, para entrarmos a qualquer hora. Tudo isso regado a uma boa conversa que os proprietários adoram ter com os hóspedes.
     No primeiro dia de aventura, dia 16/05, saímos da pousada às 9h30m.  A temperatura era de 10 graus. Antes, passei na padaria ao lado da pousada para comprar o lanche de trilha. O atrativo do dia foi a Serra dos Altos do Corvo Branco, há 30 km da cidade, percorrendo uma linda área verde com fazendas, sítios e montanhas. A Serra do Corvo Branco tem esse nome em homenagem ao urubu-rei, que habitava os paredões da encosta rochosa. A estrada é de terra com curvas em formato de S, ligando Urubici a Grão Pará. Após as fotos, ainda no meio de um pouco de neblina, subimos para os Altos do Corvo Branco. A taxa para entrar é 20 reais, paga diretamente ao guia. A trilha, ladeira acima, tem 4,5 km, somando ida e volta, a 1250 metros de altitude. Lá em cima, a sensação térmica era de 9 graus. E mesmo com sol e céu azul, a neblina escondeu boa parte das paisagens das montanhas e dos vales. Lanchamos lá no topo da montanha, aguardando as nuvens se movimentarem. Os passeios em Urubici possuem essa particularidade, ficamos à mercê dos ventos e das neblinas que escondem as imponentes paisagens. Logo após lancharmos, descemos a trilha. No caminho, paramos na fábrica de chocolate Avencal, onde apreciei um delicioso e cremoso chocolate quente. Os chocolates Avencal são saborosos e me arrependi por não comprado mais. À tarde foi livre e aproveitei para explorar a pequena cidade de 11 mil habitantes, onde a concentração de lojas, restaurantes, lanchonetes, cafeterias e supermercados estão na Avenida Adolfo Konder, uma reta de 6 km, ida e volta. Urubici possui ruas impecáveis, não há desabrigados, não há violência, a polícia pouco é chamada, não há vida noturna; os restaurantes atendem até as 22h. Jantei no restaurante Sêmola, de restaurante italiano, inclusive comandado por um chef italiano legítimo. Nota 10 para a massa que escolhi.




2º dia de aventura – 17/05 - o tempo amanheceu nebuloso e frio. Destino: Serra do Rio do Rastro, a 86 km de Urubici, passando por Bom Jardim da Serra e da entrada para São Joaquim.  A Serra do Rio do Rastro liga o litoral sul de Florianópolis à serra. São curvas sinuosas entre encostas de rocha na montanha, similares a do Corvo Branco. Tem esse nome devido a ter sido rota de tropeiros, que deixavam que seus cavalos escolhessem o melhor caminho para chegar ao seu destino. Do caminho escolhido pelos animais surgiu a estrada de hoje. Estava muito frio, e não me vesti adequadamente. Após apreciar a serra e sentir o gostinho de passear pelas curvas, subimos para o mirante, de onde havia outra visão da serra. Logo, a neblina tomou conta de tudo, o frio apertou e a chuva fina chegou. O plano era visitar o Cânion Laranjeira, mas o tempo não ajudou. Almocei no restaurante do Mirante e o guia ofereceu um passeio paliativo. Passamos pelas ruas de Bom Jardim da Serra e depois fizemos parada em São Joaquim, conhecida pelas temperaturas negativas durante o inverno. O sol resolveu surgir na parte da tarde e estava reconfortante diante da brisa fria. São Joaquim está a 60 km de Urubici. É maior que sua vizinha, mas tão bem estruturada e limpa quanto. Na praça, há um monumento que conta toda a história da cidade, ao lado da prefeitura. Há também a Igreja da Matriz, de 1924, feita em pedra vulcânica da região, o basalto. Em seguida, fomos à vinícola Francioni. Trata-se da vinícola mais linda que já visitei. A Sede é uma obra de arte, inclusive possui uma galeria onde artistas renomadas já tiveram suas obras expostas. Para minha sorte, havia um funcionário em experiência e fui contemplada com um tour gratuito. Exponho aqui meus parabéns ao jovem estudante de Direito, que só com 10 dias de trabalho já mostrou grande conhecimento sobre vinhos. No final do tour, como de praxe, seguiu-se a degustação de 6 rótulos: espumante, rosé (Vila Francioni – que Madonna adorou, quando esteve no Brasil), 1 Chardonnay, o carro chefe da vinícola – o tinto Francesco, e mais 2 tintos - um em homenagem a Juarez Machado e um mais encorpado. Confesso que nunca havia provado vinhos tão finos e elegantes, nem mesmo no famoso reduto de vinhos, Chile.  Ainda paramos na Cachoeira Barrinhas, no meio do caminho de volta, antes de retornar à pousada. Nessa segunda noite, jantei um caldo no Bodegão, na mesma rua da pousada e bem próximo. A porção é frugal e o preço não foi proporcional.

 Serra do Rio do Rastro


 Cachoeira de Barrinhas

 Vinícola Francioni



Igreja da Matriz em São Joquim

3º dia – 18/05: dia do tour Eco serra. O tempo ainda estava nublado e com chuvisco. Primeira atração foi a Cachoeira Avencal, a 8 km do centro. Uma belíssima queda de 100 metros em local agradável, onde a pessoa paga uma quantia e pode passar o dia no parque, participando de várias atividades ao ar livre. Não foi meu caso. Paguei 7 reais apenas para ter uma visão privilegiada da cachoeira. Pena que a luz do sol não ajudou. A segunda atração foram as inscrições rupestres, que também ficam em propriedade particular. Paguei 6 reais para entrar. Trata-se de alguns rochedos onde há inscrições feitas pelos índios, antigos moradores da região, aproximadamente 1000 anos atrás. A seguir, no coração de Urubici, visitei a Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, em homenagem a uma santa portuguesa. Todos chamam de Igreja da Matriz. Seu estilo é gótico moderno, construída em concreto armado, graças aos donativos da população, sensibilizada após o desmoronamento da primeira Igreja da Matriz. A arquitetura da igreja é muito bonita e vale a pena fazer muitas fotos. Em seguida, fomos ao Morro do Campestre, a 1280 metros de altitude, em propriedade particular, após pagar 5 reais. Resolvemos subir a ladeira a pé e no meio do caminho me arrependi, mas cheguei inteira. Lá em cima há uma formação rochosa, em arenito, parecida com a famosa Pedra Furada. A vista panorâmica é para o vale do Rio Canoas, fazendas e montanhas. É um lindo passeio. Para finalizar o dia, fui à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, a 10 km do centro. É um santuário, onde há uma queda no meio de um lago e imagens de santos nas rochas. É um lugar de fé, de silêncio e tranquilidade. Fim do dia. Jantei novamente no Restaurante Sêmola, uma lasanha. Como era sábado, estava lotado e o atendimento estava lento e enrolado.





4º e último dia de passeio: 19/05 – Amanheceu um lindo dia de sol. Plano: trilha para a Pedra Furada. Levaríamos 5 horas somando ida e volta. Porém, Zé Marcos me deu uma notícia nada agradável e fiquei decepcionada: seria muito arriscado fazer a trilha devido às chuvas dos últimos dias na serra. O solo deveria estar muito encharcado, com charcos onde afundaríamos até os joelhos e há descidas íngremes em pedras, que deveriam estar escorregadias e que exigem mais técnica. Não me restou escolha e por não querer correr riscos, concordei em fazer outra atividade em substituição. Subimos até o Morro da Igreja, distante 30 km do centro, localizado no Parque Nacional de São Joaquim, a 1822 metros de altitude, onde existe um radar meteorológico e onde foi registrada a temperatura de -17º. É uma área militar, não cobra para acesso, mas necessita de autorização antecipada. Geralmente há uma fila na entrada, pois só podem subir 30 carros por vez até o mirante. Aguardamos nossa vez por aproximadamente 20 minutos. Do cume, avistamos a Pedra Furada de longe e a Serra Geral circundando, majestosa. Como consolo e para não ficar de água na boca por não ter feito a trilha, caminhamos 1 km aproximadamente pelas escarpas e charcos até outro mirante para a grande serra. Em seguida, descemos o morro e fomos até a cachoeira Véu de Noiva, que fica numa propriedade particular. Paguei 5 reais para entrar. Após apreciar a cachoeira, subimos uma trilha de 500 metros até ao local onde fica o espaço da tirolesa. Depois, fizemos outra trilha, descendo até a Cachoeira dos Namorados. O almoço foi no restaurante ali mesmo, um self service muito delicioso.
     Fim do tour em Urubici. Andei pela quase deserta Adolfo Konder para me despedir da cidade, com a sensação de que poderia ficar mais dias e conhecer outros pontos daquela paisagem bucólica, uma plena natureza selvagem.
     Fui para Florianópolis de ônibus, às 7h45m, pela empresa Reunidas, na segunda-feira. Levou 4 horas de viagem. Passei o resto do dia e a noite na Ilha Magia. Terça-feira, voltei para casa.


  






Por: Denise Constantino